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Textos redigidos a partir de História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar de Luis Sepúlveda: 

                                                                      

Ditosa, a heroína dos mares por Salvador Pereira do 7ºC

            Ditosa voava solitária na noite chuvosa de Hamburgo, batendo as suas asas mais do que nunca, sentia-se livre e feliz como o vento, mas ao mesmo tempo triste por se afastar do seu gato carinhoso, preto e gordo, o gato Zorbas, a sua mãe emprestada que tanto lhe ensinou.
            Sobrevoava a cidade escura, banhada pela luz ténue da lua, uma lua cheia que hipnotizava o olhar de quem estivesse atento, e no ar pairava um cheiro intenso a terra molhada, gostava daquela sensação.
            O voo foi tão longo, que subiu até às alturas, muito mais além do cata-vento de ouro que coroava a singular beleza de São Miguel. Foi o primeiro voo da sua pequena vida, mas já tão repleta de aventuras. O seu pensamento acompanhava-a e não parava de pensar nas razões que motivaram a morte de Kengah, sua mãe. Tinha de fazer alguma coisa…
Após sete horas de voo, a chuva já não se sentia e o dia estava a nascer. Por entre os raios solares matinais, começa a avistar ao longe o Bando do Farol da Areia Vermelha, e decide ir até lá, junto daquelas gaivotas de penas de cor de prata cintilantes. A sua barriga começava a roncar de fome!
– Olá a todas, chamo-me Ditosa e venho a voar desde o porto de Hamburgo. Preciso de ajuda e orientação, estou cheia de fome, será que me podem ajudar?
– Oh pequenina, já são muitas horas de voo! – disse Bella, a gaivota que comandava o Bando.
– Chegaste mesmo a tempo, vamos agora mesmo pescar arenque. – grasnou outra.
Seguindo as instruções do bando tomou uma corrente de ar frio e lançou-se, sem medo, em voo picado sobre o cardume de arenques. Saborosos e gordos arenques. Estava mesmo a precisar para recuperar energias, antes de lhes contar a sua história.
Após o belo manjar de arenques, foi convidada a acompanhar o voo do bando, tornando-se em mais uma companheira de voo, e sem esperar começou a aventura…
Ditosa partilhou então a sua história com o bando, o que se tinha passado com a sua mãe Kengah, e a sua vontade imensa de fazer algo contra tão grave problema ambiental, que afeta todo o tipo de espécies animais e vegetais.
O bando decidiu juntar-se à Ditosa nesta luta, que também era delas, e defrontar os seres humanos, responsáveis pelas marés negras.
– Que me dizem da ideia de reunirmos o máximo de gaivotas possíveis, e juntas voarmos até ao conhecido petroleiro que continua a atravessar a foz do rio Elba, no mar do Norte, e juntas defrontá-los com o nosso voo picado, para os afastarmos?
– Que bela ideia Ditosa! Concordo. – Disse Bella, a comandante.
– Vou já falar com as gaivotas-piloto, para elas anunciarem o dia do confronto com os humanos do petroleiro, a todas as gaivotas e bandos que por elas passem. – disse a outra gaivota.
O tão esperado dia aproximava-se, vozes espalhavam-se pelos mares do Norte, e a ideia de parar com as marés negras juntou um infindável número de gaivotas de toda a espécie. No ar começavam-se a formar nuvens escuras, frenéticas e entusiásticas de gaivotas que, a toda a velocidade, num voo picado, se dirigiram ao petroleiro.
– É agora companheiras de voo, todas juntas, vamos conseguir. – Disse a pequena Ditosa corajosa, determinada e persistente.
– Vamosssssss… – Entoaram todas juntas, em uníssono.
Os humanos não percebiam o que se passava! Estavam a ser atacados por todos os lados, por milhares de gaivotas… O ataque foi tão intenso, que apesar de algumas gaivotas saírem feridas, parecia que tinham conseguido. O petroleiro teve de se desviar do seu percurso, de tal forma que não voltou a cruzar aquele mar. Ditosa foi aclamada por todas as gaivotas.
– Viva, viva, viva a Ditosa!!! A nossa pequena, grande heroína dos Mares! – Todas aclamaram.
Apesar deste feito, Ditosa não baixou as asas, e na sua mente continuavam a pairar várias ideias e novos desafios, querem saber? O próximo, ir ter com o gato Zorbas, e junto com o Poeta levar a mensagem das gaivotas aos humanos.


O pensamento de Ditosa  por Sofia Ponte do 7ºC

Era uma segunda de manhã e Ditosa acordou novamente com este pensamento: “acabar com as marés negras”. Não sabia por onde começar e nem sabia como podia acabar com a poluição no mundo, portanto Ditosa decidiu pedir ajuda a outras gaivotas.
Ditosa e as amigas foram falar com vários humanos, mas ninguém quis acreditar nelas, todos diziam que elas eram apenas umas gaivotas barulhentas que não sabiam o que estavam a fazer.
Depois de insistirem muito, um pescador deu-lhes ouvidos e disse:
- Eu concordo plenamente com vocês! O que nós, humanos, estamos a fazer, não tem explicação. As pessoas têm que compreender que estão a matar o nosso querido planeta! Eu vou ajudar-vos, contem comigo!
- Obrigada por te juntares a nós! -respondeu Ditosa alegremente.
Sendo assim, ele foi falando com familiares, amigos e começou mesmo a falar com desconhecidos. Passadas umas boas semanas, muita gente quis ajudar, pois, afinal, havia mais gente interessada em salvar o planeta em vez de o matar.
Ditosa coordenou as equipas de limpeza e, passados quatro meses, todos juntos, conseguiram acabar com as marés negras. Ditosa pediu ainda aos humanos que utilizassem outra forma de transportar petróleo.

A partir daí, a vida da Ditosa foi mais feliz! Depois de muita luta conseguiu realizar o seu sonho!


DITOSA E AS TRÊS TENTATIVAS CONTRA AS MARÉS NEGRAS por Eduardo Portugal do 7ºC


Na noite seguinte à partida da Ditosa do porto de Hamburgo, ponderou o que poderia ela fazer para acabar com as marés negras, visto que essas marés foram responsáveis pela morte da sua mãe.
Ao nascer do sol, ela começou por engendrar um plano de ação. Nesse mesmo dia, foi procurar ajuda a aves mais velhas que já tinham passado por isso e sobreviveram. Queria descobrir a origem das marés negras e o que eram essencialmente.
Quando as encontrou, começou a fazer imensas perguntas. O que é que sabiam sobre as marés negras? O que é que eram? Quando e onde é que aconteciam? Como obteve poucas respostas, decidiu recorrer aos seus amigos, para a ajudarem.
Nesse mesmo dia, voltou ao porto de Hamburgo.
Zorbas estava no sítio de costume. Contou-lhe o que queria fazer, e perguntou-lhe:
- Posso contar contigo para me ajudares?
- Podes contar comigo! – respondeu Zorbas.
Foram reunir com o resto da malta. Aí, Ditosa contou-lhes o plano que tinha para acabar com as marés negras. Para isso, precisavam da ajuda do humano, por isso foram ter com ele.
Primeiro, iriam contactar os produtores de petróleo para fazerem o transporte desse petróleo, o mais seguramente possível e, de preferência, não por mar.
Segundo, iriam falar com a câmara para que fosse feita uma limpeza das praias e para que as empresas de petróleo fossem responsáveis pelo pagamento disso.
Por último, se nada disto resultasse, iriam organizar uma manifestação contra o uso do petróleo e pedir às autoridades o uso de energias limpas, como o sol e o vento.
Todos concordaram com o plano de ação.

Para surpresa dos amigos, os produtores de petróleo e a câmara municipal decidiram trabalhar juntos para a limpeza, tanto da praia como do mar. E, em vez de uma manifestação, a população fez uma celebração à ecologia. Todos participaram na grande festa, sempre respeitando a natureza!


A aventura da Ditosa por Rodrigo Azevedo do 7ºC 
Ditosa sabia o que tinha acontecido à sua mãe, portanto, certo dia, decidiu partir numa aventura em busca de um oceano mais limpo.
Chamou a sua amiga Gizele para irem as duas e lá foram elas. Voaram sobre o mar à procura de barcos, até que encontraram um barco que estava a derramar petróleo no oceano. Ao verem tal desastre, decidiram ir falar com o capitão do navio:
- Senhor, porque é que o seu barco está a derramar petróleo? – perguntou Ditosa.
- Ele derrama sempre petróleo e eu não vejo nenhum mal nisso! - disse o capitão com um ar surpreso.
- Os animais marinhos estão a sofrer porque o senhor está a poluir o oceano com petróleo escuro, mal cheiroso e nojento! - disse Gizele.
- Não sabia que estava a fazer mal aos animais… Vou já atracar o barco na doca. Obrigado por me avisarem que os animais estavam a sofrer e a morrer por causa das minhas ações. - disse o capitão com um tom arrependido.
- Conseguimos, Gizele! Fizemos com que não houvesse mais petróleo no mar! Bom trabalho! - disse Ditosa.
- Bem, vemo-nos amanhã! – despediu-se Gizele. - Adeus!
- Adeus Gizele!
Lá se foram as duas embora a voar, orgulhosas das suas penas brilhantes e brancas e alegres por terem conseguido salvar o oceano!



Ditosa, a pequena heroína por Eva Engrácio do 7ºC
  Ditosa, sabendo as causas da morte da sua mãe, começa a pensar num plano para parar a poluição do mar, mais especificamente, para tentar erradicar o petróleo dos oceanos.
  O primeiro passo era estudar bem os componentes do petróleo, o segundo passo era arranjar um pano que fosse gigante, com um tecido à prova de água e que não iria deixar o petróleo escapar de lá, e o terceiro e último passo era pôr o plano em funcionamento!
  Ditosa, para começar com o primeiro passo, procura uma enciclopédia que fale do petróleo! Com muita sorte, ela, logo na sua primeira caçada, encontra uma, mas a enciclopédia parece ser muito velha, suja, mal tratada e abandonada.
  Depois de já saber tudo sobre o petróleo, ela compra uma máquina de costura e vai roubando todos os pedacinhos de roupas rasgadas, roupas abandonadas e sujas.
  Ditosa demora mais ou menos 9 meses para fazer um pano gigante que possa possivelmente cobrir o oceano inteiro! Para pôr o plano em prática, teve de contar o segredo à sua amiga mais chegada, a gaivota Lina, que a irá ajudar a cobrir todo o oceano com o pano!
  No dia 23 de junho de 2021, elas juntam-se e cobrem o oceano! Entretanto, em terra, as televisões transmitiam notícias que revelavam que nenhum cientista sabia porque é que o mundo estava a ser coberto por um pano, mas depois das gaivotas terem tirado todo o petróleo e o terem posto em contacto com uma substância que o fazia evaporar, Ditosa foi reconhecida na TV como uma heroína! 






Ditosa tem a sua vingança por Renato Oliveira do 7ºC
Então, Ditosa já sabe voar!
Mas ainda lhe falta uma coisa: vingar – se dos humanos. Ditosa considera os seus amigos gatos como uma família, mas ela é uma gaivota. As gaivotas são a sua família de sangue.
     Como ela estava determinada a encontrar outras gaivotas, ela voou sobre a Europa quase inteira para ir até Portugal, na cidade do Porto. Quando chegou ao pé de um bando, que estava ao pé da praia, uma das gaivotas-piloto perguntou a Ditosa:
     - Por que não estás com o teu bando?
     - Eu não tenho bando... – responde Ditosa.
     - Como assim? Como é que não tens bando?
     - Eu poderia contar–vos a minha história?
     - Claro!
     Depois de todos se apresentarem a Ditosa, esta contou a história da sua vida.
     Obviamente, as outras gaivotas ficaram confusas com a sua história: o que poderia fazer um gato cuidar de uma gaivota? Mas a como a lei das gaivotas diz que as gaivotas são uma família, independentemente da sua região, aceitaram a gaivota.
     - Então, qual é teu nome, gaivotinha? – pergunta a mesma gaivota – piloto, Harrington
     - Ditosa!
     - Bem vinda ao grupo, Ditosa!
     - Mas eu tenho um desejo – disse Ditosa - que todas as gaivotas têm de certeza...acabar com o petróleo nos mares. Nunca conheci a minha mãe por causa das marés negras e queria fazer com que os humanos parassem. Alguém tem ideias?
    - Não, acho que ninguém tem ideias... – respondeu Harrington
    - Não temos qualquer tipo de ideias - responderam todas as outras gaivotas em coro.
    - Então só há uma hipótese.
    - Qual, Ditosa? – pergunta outra gaivota – piloto, Francis.
    - Quebrar o tabú! Se existe uma coisa que aqueles gatos me ensinaram, é que devíamos arriscar. Quem não arrisca não petisca!
    - Eu acho muito arriscado, mas tens razão Ditosa. Acho que devíamos arriscar e falar com eles na língua deles. – disse Harrington
    Mas qual é que o plano para os fazer parar? – pergunta Francis
    - Segundo a minha experiência em Hamburgo, existe uma instituição chamada ONU, que nos poderia resolver o problema. A instituição encontra – se nos EUA e todos os países do mundo deveriam obedecer a essa instituição. – responde a gaivotinha.
    - Mas teremos que atravessar o oceano! – diz uma gaivota do bando
    - Por todas as gaivotas do mundo, por todas as gaivotas que estão a ser atingidas pelas marés negras, temos que fazer alguma coisa!
    - Ele tem razão – expressou Harrington
    Então as gaivotas – piloto deram indicação de voo. O problema é que quando eles voassem no oceano Atlântico, eles não poderiam parar para descansar. Então, pararam perto da Ilha da Madeira. Lá, alimentaram – se e recuperaram as suas forças. Depois verificaram se todos estavam no voo. De novo, as gaivotas – piloto deram indicação e desta vez partiram até aos EUA. O voo estava agradável, com uma brisa suave e fresca. O tempo estava tropical, dava gosto de estar a voar por ali.
     Depois de algum tempo de voo, aproximadamente 12 horas, chegaram aos EUA.
     - Ditosa, tu nunca disseste em que cidade é que está essa tal ONU... – pensou Francis.
     - Os meus amigos gatos disseram que era em Nova “iqorque”...
     - Quiseste dizer Nova Iorque – corrigiu Zizzy, uma gaivota daquele bando, conhecida por ser sábia.
     Quando chegaram a Nova Iorque, discutiam lá no alto o seu plano.
     - Agora vou precisar que fiquem aqui, pois se formos todas, eles vão apanhar – nos - disse Ditosa
     - E nós não podemos ajudar? – pergunta Harrington
     - Se eles não aceitaram, eu vou tentar sair. Se sair, vocês vêm e resolvem à força.
     - OK, nós iremos aceitar, mas a lei das gaivotas, não permite isso. – lamentou Harrington
     Então lá foi Ditosa. Seguindo o ensinamento dos seus amigos gatos, foi gatinhando, sem ninguém a ver e foi tentando ir pelas ventilações. Depois foi entrando pelo gabinete do secretário – geral, que é como nós, humanos, o conhecemos e conseguiu entrar.
     Depois surpreendeu o secretário – geral, quebrando o tabú e dizendo:
     - Olá, Humano!
     O secretário pensava que era um humano, no fundo da sala, pois ele estava a escrever alguma coisa que nós não sabemos e não estava a olhar para a frente, por isso ficou muito espantado quando viu uma gaivota a falar e a quebrar o TABÚ.
     - Antes de dizer que está chocado por ver uma gaivota a falar a sua língua, vim fazer um ultimato. Ou vocês param de pôr petróleo nos mares ou vocês serão atacados por nós, gaivotas. Iremos reunir todas as gaivotas que existem, sem exceção. Por causa das marés negras, muitas gaivotas morrem. Então queria que tratasse desta situação, senão já sabe.
    Depois disto, antes de se ir embora, encostou – se à ventilação e ainda ouviu um bocado das palavras que o secretário – geral sussurrou: “ Isto foi estranho. O que hei de fazer agora?” (chocado) e, um mês depois, foi acordado que, qualquer pessoa que vertesse petróleo nos mares, teria quatro anos de prisão, não importava a sua nacionalidade.
    Depois, as pessoas começaram a tomar cuidado quanto ao petróleo e Ditosa e, o seu bando do Porto, (chamado também de “ Bando di mes tropa di Porto” ou Bando dos meus “ tropas” do Porto, pois algumas gaivotas do bando, com origem cabo – verdiana, assim lhe chamavam) puderam viver descansados, pois Portugal foi o país que mais cuidado tomou.
    - Kengah, deves estar muito feliz pelo que a tua filha fez, não é... – disse Ditosa, a falar na 3ª pessoa, um mês depois do acontecimento com o secretário da ONU (como nós, humanos, conhecemos).
     De certeza que a mãe, Kengah, deve estar feliz...



O regresso de Ditosa  por Sara Jorge do 7ºC
Era inverno, estava bastante frio e as árvores pareciam icebergues de tão congeladas que estavam. Sentia-se o frio, mesmo estando dentro de casa quentinho, mas os mares ainda não tinham chegado ao ponto de estarem congelados.
Ditosa tinha emigrado para um lugar mais quente, mas ela tinha decidido que queria ir visitar a sua antiga cidade e a sua amiga concordara.
Passaram dois dias a voar, até que chegaram perto de uma maré negra. A amiga dela estava muito cansada, por isso ela parou de voar e pousou.
- Ditosa, eu tenho de descansar…
Mas ela nem conseguiu acabar a frase, pois caiu da árvore onde tinha pousado e «SPLASH!», caiu na maré negra.
- Amiga, está tudo bem!? Não morras, eu não quero que mais alguém que eu adoro morra! - disse Ditosa a chorar.
- Amiga, vai! Eu não vou sobreviver, faz a justiça por mim e pela tua mãe…
- ok…
E Ditosa foi enquanto chorava…
Quando ela chegou à sua cidade, viu que estava muito frio e gelo, mas ela não tinha chegado ali para não cumprir a missão. Ela foi ter com o seu amigo, o poeta, e perguntou-lhe mais sobre essas marés negras e sobre como podia pará-las. O poeta ajudou-a e disse-lhe que quem comandava todo os barcos e era o principal responsável por esses derrames de petróleo era o comandante. Então, rapidamente, ela foi falar com ele.
Ditosa tinha chegado ao sítio onde ele estava e disse:
-Pare de mandar petróleo para o mar! Sabe quantas gaivotas já morreram com essas marés negras que o senhor faz?!!!
-Eu não quero saber!!!!
-Mas devia!!! O senhor gosta de animais sequer?!
-Eu amava animais, mas quando os meus dois cães morreram, eu disse «agora não vou ter dó de nenhum animal».
-Mas o senhor acha que os seus cães estão orgulhosos por andar a matar outros animais? Isso não os traz de volta!!!
Quando a Ditosa acabou de falar, o comandante refletiu e pensou nos seus dois cães. E por fim disse:
- Eu não ligo.
E, quando acabou de falar, pegou na gaivota, entrou no seu barco, colocou a gaivota numa gaiola e foi para um lugar…
-O que é que me está a fazer, seu velho malvado?!!
- Espera e vais ver….
Demorou algumas horas até pararem numa…
-MARÉ NEGRA!!!! O que o senhor vai fazer comigo?
- Matar-te, como é obvio…
E ele pegou na gaivotinha e atirou-a para a maré negra… Saiu dali, mas o que ele não esperava era que a gaivotinha conseguisse voar, dando-lhe várias bicadas até ele cair e que ela conseguisse arrastá-lo para a maré negra.
No fim, ela voltou para a cidade, anunciou que nunca mais haveria marés negras e que, se alguém fosse responsável por uma, iria ser preso. E o melhor é que o poeta adotou-a para que ela morasse com ele e pudesse vigiar a cidade.



Um objetivo alcançado por Matilde Fialho do 7ºC
Agora que Ditosa estava livre do chão e de muitos dos seus inimigos tinha um objetivo. Nem quis pensar duas vezes se deveria tentar alcançá-lo ou não.
Ditosa podia não ter conhecido a sua mãe, mas ela acreditara sempre que teria sido uma guerreira, cheia de vida e alegrias e que devido a uma negligência, ou talvez mesmo por algo propositado, a sua vida fora limitada. Zorbas e os seus amigos contaram-lhe o incidente de sua mãe para que não acontecesse o mesmo com ela.
Ela estava definitivamente decidida de que esta situação não podia ficar assim. Por atitudes de certos humanos, a pobre Kengah não estava a desfrutar da sua vida com a sua filha pelos ares do mundo.
Ditosa aventurou-se pelos oceanos azuis, leves, refrescantes e inspiradores em busca de justiça. Quando avistava um navio, arranjava um estratagema para entrar no convés do barco e causar estragos. Após vários ataques, Ditosa reparou que não estava a resultar a sua tática. Ditosa não se ia dar por vencida, mas a realidade é que não estava a conseguir atingir o seu objetivo.
Lembrou-se do que fez Zorbas quando teve dificuldades em cumprir as suas promessas e foi ter com Sabetudo, talvez ele a pudesse ajudar.
-Sabetudo! Sabetudo! Por favor ajuda-me! Eu preciso mesmo muito da tua ajuda. Uma gaivotinha não foi feita para pensar em coisas assim tão complicadas.
-Mas afinal o que se passa Ditosa? Conta!?
Falou com Sabetudo e ele aconselhou-a a que quebrasse o tabu e que sensibilizasse os marinheiros e pescadores com uma conversa séria acerca das consequências dos seus atos. Ela aplicou a sugestão de Sabetudo e sensibilizou-os. Não foi uma tarefa fácil, mas foi proveitosa. Ela sentiu-se realizada, pois, assim, injustiças como a que acontecera com a sua mãe iriam ser evitadas no futuro.


Ditosa na TV por Catarina Rocha do 7ºC
Ditosa, depois de ter cumprido a sua primeira “tarefa”, voar, achou que estava na altura de mostrar aos humanos e de fazê-los ver que as marés negras são muito prejudiciais para todos, principalmente para as plantas e para os animais. O derramamento de petróleo nas águas marítimas ou fluviais provoca efeitos devastadores, capazes de matar e extinguir muitas espécies, logo tinha que arranjar uma solução para acabar com isso.
Decidiu então pedir ajuda a Sabetudo. Já que ele tinha soluções para tudo, podia ser que a conseguisse ajudar. Sabetudo propôs-lhe que fosse voar sobre o oceano e que avisasse os humanos do perigo que corriam, e ela assim o fez. Ditosa tentou todos os planos que Sabetudo lhe tinha dito, mas não era só uma gaivota que ia conseguir fazer mostrar aos humanos o perigo da situação. Sentia-se triste por não estar a conseguir o que queria, mas lembrou-se de que havia de conseguir e de que estaria disposta a fazer qualquer coisa para que conseguisse aconselhar os humanos sobre aquele perigo.
Quando estava de regresso, avistou um bando de gaivotas que pararam mesmo à sua frente e ficou assustada.
O bando começou a sussurrar:
- Será que é filha de Kengah?
- Como havemos de descobrir? – perguntou outra.
- Onde está a tua mãe?
- A minha mãe morreu quando ainda não era nascida, os meus amigos gatos é que cuidaram de mim até hoje.
E assim descobriram que era mesmo a filha de Kengah.
No dia seguinte, quando estava a apanhar arenques na praia, reparou numa menina a apanhar lixo e a colocá-lo num saco.
- Olá! Chamo-me Ditosa, achei a tua ação muito bonita.
- Olá! Sou a Berta Roseberg, ambientalista, procuro mostrar às pessoas que a poluição destrói o habitat de muitas espécies, fazendo palestras, entrevistas, discursos. E procuro também reduzir a quantidade de lixo existente e acabar com o derramamento de petróleo no mar.
- Adorava ajudar-te, achas que posso? – perguntou Ditosa.
- Sim, claro que sim! Afinal, quantos mais formos melhor.
Ditosa foi perguntar ao bando se podia contar com a ajuda delas e elas aceitaram a proposta. Começaram logo a trabalhar: o bando e uma amiga de Berta fizeram cartazes que em seguida foram espalhar pela cidade e Berta e Ditosa foram a uma estação de televisão fazer uma entrevista.
Passado mais ou menos um mês, essa entrevista já percorrera o mundo nas notícias. Tocara o coração de vários donos de grandes empresas e fez com que eles tomassem medidas acerca da poluição e do derramamento de petróleo.


Ditosa em campanha contra as marés negras por Catarina Gonçalves do 7ºC
Ditosa achava que a morte da sua mãe tinha sido bastante injusta, por isso tinha de fazer alguma coisa para não acontecer o mesmo com outras gaivotas.
Ela não era muito forte ou até inteligente, por isso foi pedir ajuda aos seus amigos gatos. Foi ter ao bazar de Harry, onde eles costumavam estar a ler a enciclopédia do Sabetudo ou a embirrar com Matias (o macaco). Quando lá chegou, pousou em cima de um barco à vela em miniatura e disse:
-Olá, estou farta de ver no jornal gaivotas a morrer por causa das marés negras!
Zorbas e os outros gatos não ficaram admirados, já que a Ditosa tinha perdido a mãe antes de nascer. Eles tentaram ajudá-la com campanhas e panfletos, mas as pessoas não queriam saber e desprezavam-nos. Ditosa estava exausta e já não sabia o que havia de fazer, até que Coronello teve uma ideia e disse:    
 -Já sei o que podes fazer, Ditosa!
-O quê? - perguntou muito ansiosa.
-Podes ir falar com o humano da Bubulina, sendo que ele já sabe que os animais falam, mas que prometeu não dizer a ninguém.
-Boa ideia!
Ela lá foi e, quando encontrou a Bubulina, disse-lhe:
- Olá, estás como sempre, bonita, com os olhos a brilhar e com parte do pelo como a neve, fofo e branco!
Depois falou com o humano e pediu-lhe ajuda. Ele concordou em ajudá-la e foram para praia com cartazes. Estiveram lá até que o Presidente lhes desse atenção e tomasse medidas importantes para evitar o derrame de petróleo nos mares.
Ditosa agradeceu ao humano, despediu-se e foi embora.


Ditosa e as marés negras por Matei Cascaval do 7ºC

Quando Ditosa envelheceu e já havia dado à luz muitas gaivotas, começou a pensar na sua mãe e no modo como ela morrera. Foi então que ela resolveu combater as pessoas que estavam por trás das marés negras.
No dia seguinte, ela foi ter com Sabetudo e perguntou-lhe se sabia alguma forma de parar as marés negras. Depois de muito matutar, Sabetudo disse:
- Isto é terrível! Tu não tens autoridade suficiente para começar esta campanha.
- Se não tenho autoridade suficiente, vou ganhá-la! - disse Ditosa.
Passada uma semana, ela foi à grande central petrolífera do Dubai.  A central era grande e cinzenta, com quatro grandes torres por onde o fumo saía. Lá, ela pediu que parassem de poluir os mares. Os Árabes ficaram tão admirados por ela conseguir falar que até lhe venderam a central.
Ditosa agora era uma gaivota importante e influente e logo começaram as eleições para saber quem seria a próxima gaivota a desempenhar o cargo de Grande Presidente da CUGM (Comunidade Unida das Gaivotas Mundiais). Obviamente que foram ganhas pela Ditosa, que começou uma série de reformas envolvendo os maiores produtores de petróleo do mundo. Uma dessas reformas foi a passagem do transporte naval de petróleo para o transporte aéreo.
Dois anos após a sua eleição, foi-lhe dado o Prémio Nobel do Ambiente, que foi exposto na sua mansão branca e verde. Quando Ditosa morreu, mais de um milhão de gaivotas tinham sido salvas.

Um mundo melhor !!! por Maria Esteves do 7ºC


Ditosa, forte e corajosa, decide enfrentar os seus medos. Está lá em cima, com Zorbas, a ganhar coragem para abrir as asas, saltar e simplesmente…voar!! E lá saltou, com o maior orgulho em si mesma! Parecia que já voava há anos…a sua postura, a sua delicadeza, eram fascinantes! Quando pousou, deu um grande abraço a Zorbas, ficou muito feliz, mas como o ditado nos diz «nem tudo o que é bom dura para sempre».

Após esse acontecimento, quando Zorbas e Ditosa estavam a ir para casa…encontraram um mercador marítimo, que transportava litros e litros de petróleo… Ditosa ficou extremamente furiosa, tudo o que lhe apetecia era dar umas bicadas na cabeça do senhor! 

No dia seguinte, Ditosa decidiu ir passear junto ao mar, pois adorava sentir o sol a queimar o bico. Ditosa não tinha avisado Zorbas. Quando saiu, o amigo ainda dormia…Quando Zorbas acordou…foi procurar Ditosa, para dizer-lhe «Bom dia», mas não a encontrou…

Procurou-a nas ruas, nos telhados das casas, mas não a encontrou… depois pensou:

-Onde poderá estar Ditosa?- miou com um ar preocupado - Será que está bem?? Já sei!!! Deve estar na praia como ela gosta! Espero que sim…

Depois disso, foi em direção à praia para ver se a encontrava. Estava um dia solarengo. Olhou para um lado, olhou para o outro e lá a encontrou.

-Ditosa! - chama ele, e batendo as asas na brisa do vento, vem sua amiga ao seu encontro. - Para a próxima vez, avisa-me!!- diz Zorbas furioso.

-Desculpa, não te queria incomodar…

-Está bem, desta vez passa, mas fiquei preocupadíssimo. Vamos para casa…-pediu ele ainda meio zangado

Os dois amigos, eram inseparáveis e não saíam sem avisar o outro, tinham um pacto. Mas Ditosa precisava de estar com a sua espécie. Zorbas conheceu, num dos seus passeios, uns pássaros simpáticos, aproveitou isso e pediu que ajudassem a sua amiga. Ditosa foi treinada por outros pássaros a defender-se, a atacar quem lhe fazia mal e a caçar para comer, tudo como um verdadeiro pássaro.

Ditosa ficou mais forte, corajosa, destemida. Ajudava sempre as pessoas necessitadas, e fazia de tudo para impedir que os mercadores deitassem petróleo no mar, recordando como a mãe tinha sido morta. Ditosa nunca abandonou o amigo, mas fez com que a sua vida fosse vivida com o propósito de ajudar os outros e defendendo os seus ideais.

E assim, acaba mais uma das histórias da corajosa gaivota Ditosa, que continuou sempre ajudando o ambiente e as pessoas, para tornar o mundo, um mundo melhor!!


O sonho de Ditosa por Inês Libreiro do 7ºC

      Ditosa nunca esquecera a causa da morte da sua mãe Kengah. As marés negras tinham-na engolido. Ditosa nunca conheceu a sua mãe, porque ainda era um ovo, quando a sua mãe morrera, mas esta, antes de morrer, tinha feito três pedidos ao gato Zorbas, grande, preto e gordo. Um dos pedidos era que cuidasse de Ditosa.
     Ditosa cresceu com o sonho de acabar com as marés negras, as quais matavam animais e também tinham matado a sua mãe. Então, um dia, Ditosa decidiu avançar com um plano para salvar as marés. A primeira coisa que tinha de fazer era que os seus pensamentos se fizessem ouvir junto dos homens para que parassem de poluir os oceanos. Ditosa voou e foi procurar quem a ouvisse.
     Arriscou o maior segredo dos animais, que era falar com os humanos, mas foi ter com o Senhor Carlos, um homem de idade, muito simpático, que era pescador. Ditosa pensava que ele podia ajudar, pois ninguém melhor que um pescador para saber que o mar não pode estar poluído. Assim, ele podia falar com todos os pescadores a contar a história da mãe da Ditosa para que ficassem sensibilizados e parassem de atirar petróleo ao mar.
  - Olá, senhor Carlos! – cumprimentou Ditosa.
  O Senhor Carlos ficou assustado, pois não sabia que os animais falavam. Com a voz a tremer disse:
  - Em que te posso ajudar?
  Após ouvir a história da morte da mãe da Ditosa, ele chorou e decidiu ajudar. Falou com todos os amigos e juntos deram a conhecer o mal que o petróleo fazia à vida animal. Correram o mundo, sempre acompanhados pela corajosa Ditosa e nunca desistiram! Apesar de dificuldades, conseguiram apoios para equipamentos para retirar o petróleo do mar e para que ele não se espalhasse. 


Esquadrão Anti-Marés Negras por Luís Ferreira do 7ºC


        Numa bela noite em Hamburgo, Ditosa, no seu ninho, estava a pensar na coragem da mãe e na forma como ela tinha falecido, quando lhe veio à cabeça a ideia de acabar com as marés negras para que mais ninguém tivesse que sofrer pela mesma causa que ela.
Assim sendo, no dia seguinte, quando estava no seu voo matinal por cima do Oceano, Ditosa viu os seus amigos golfinhos, as baleias e ainda os pinguins e foi contar-lhes a sua ideia. Todos eles gostaram muito e aceitaram ajudar, agora já só faltava saber como. No dia seguinte, Ditosa convocou todos para uma rocha escondida onde poderiam falar a sós. O plano era este: Ditosa ia fazer o reconhecimento pelo ar para descobrir se havia perigo enquanto os pinguins iam buscar lixo (afinal as marés negras não são o único mal que os humanos fazem ao mar) e entregavam-no aos golfinhos que, com a sua grande velocidade, o levavam às baleias que, por sua vez, com a sua força, o usavam para tapar os buracos que os barcos tinham. Resumidamente, era um plano PERFEITO!
Certo dia, Ditosa viu um petroleiro encalhado nuns rochedos a formar marés negras e deu o alarme:
-ATENÇÃO, PETROLEIRO ENCALHADO! GOLFINHOS E BALEIAS NAS VOSSAS POSIÇÕES, PINGUINS VÃO BUSCAR LIXO E PASSEM AOS GOLFINHOS, GOLFINHOS E BALEIAS, vocês sabem o que fazer, eu vou buscar ajuda! – alerta Ditosa.
-OK! VAMOS TODOS AO TRABALHO! – grita a baleia.
-Sim! – concorda o golfinho.

Umas horas depois já estavam lá os humanos, mas o casco do barco já estava reparado e ninguém viu quem havia sido o reparador mistério. Os animais voltaram ao seu esconderijo e ficaram todos muito contentes. Assim nasceu o Esquadrão Anti-Marés Negras!


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Textos livres de anos letivos anteriores


Convívio no túnel
por Maria Francisca Botelho

Nasci em Lisboa, mais concretamente em São Sebastião da Pedreira, mas foi na Bobadela e nos Olivais que cresci e é entre estes dois locais que divido a minha vida, atualmente. Para mim, os Olivais são um local bastante importante, pois lá está situado o café do meu avô e foi onde tive as minhas primeiras amizades. Lembro-me perfeitamente das minhas brincadeiras com a Ana, num túnel mesmo ao lado do café, onde fazíamos imensas atividades como jogar à bola ou andar de patins.
Nesse túnel, juntavam-se muitas pessoas, umas a jogar ao dominó e outras a assistir (era algo que se fazia todos os dias à tarde). Após o jogo, as pessoas levantavam-se das mesas que pertenciam ao estabelecimento e iam beber umas bebidas. Eram, sem dúvida alguma, momentos preciosos onde havia bastante interação, algo que, infelizmente, se foi perdendo. Passados estes oito anos, hoje, cada vez que vou para lá, ao fim de semana, já não “vejo” as pessoas em redor das mesas a rirem-se, a falar, a prestar atenção ao jogo. Umas morreram, outras estão em casa incapacitadas e outras mudaram-se.
Da Ana, já não se sabe nada.
É verdade, hoje o tempo mudou, pois as novas tecnologias provocaram uma profunda alteração na nossa sociedade.
Agora, quando estou sentada cá fora a olhar para o túnel, penso: - Queria voltar atrás no tempo, para os bons velhos dias, onde a convivência era algo predominante. 

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Neuschwanstein – Império Élfico 
por Paulo Carmo

    Vivia por entre bosques encantados, aos pés de Neuschwanstein, a mais bela colina do império, onde tudo se movia: pássaros, árvores, tudo!
    Era aqui a morada do imperador Schmidtz, o Bondoso…e era esta a visão de uma das suas sobrinhas, Ariel, a fada do bosque, pequenina mas ladina.
   Era ela quem tinha a tarefa de manter todo o império em funcionamento…
   Aqui vai uma descrição do império:
Neuschwanstein era grande e belo. A norte havia campos de belas túlipas amarelas, violetas e vermelhas, com as suas pétalas esvoaçando ao ritmo da leve brisa que soprava de sul. Seguindo um pouco para sul, pela estrada dos Arménios, encontrava-se o vale Doglington, atravessado pelo rio Ritzen, que corria até aos Urais, onde congelava. Neste vale existiam casas na margem sul, casas essas dos duendes-mineiros, que trabalhavam nas minas de pedra-bottz, amontoada ao longo de campos e campos, onde era transformada em blocos utilizados na construção do grande túmulo, que decorria na época.
   Mas voltando à nossa descrição…na margem norte havia um pequeno porto de barcos-folha, situado perto do café de Julieta, uma joaninha muito simpática. Finalmente, para se atravessar o vale, passava-se pela alta ponte Dodge II, onde se via todos os dias um aparato de carruagens, passando de uma margem para a outra. Na parte de baixo da ponte passava o comboio que unia o império, pela antiga linha de Transtein.
   Viajando para sul passava-se pelos campos de girassóis-gigantes, por Drodss a terra alta, chegando assim aos grandes jardins de Pedro, O Grande, situados aos portões da colina imperial Neuschwanstein.
   No topo desta situava-se o castelo de Neuschwanstein, palácio real com a sua entrada vermelha e as suas altas torres, com pequenos toldos e enfeitadas com bandeiras.
   Na zona sul da colina caíam enormes cascatas de vinho doce, grande negócio da época. Todas as 7 Terras ao redor do império iam comprar este vinho, por isso os cofres de Neuschwanstein transbordavam. O império era rematado a sul pelas colinas Neshoya, onde nevava regularmente.
   Todos viviam felizes e em paz, animais, plantas e humanos.
   Mas havia um perigo que ameaçava há muito o império, esse perigo chamava-se Ivan, o Terrível.
   Ivan, o Terrível era imperador das Terras Baixas, extenso império situado para lá de   Neshoya até ao mar. Era conhecido por ter expulso do seu reino os invasores Vikings e por ter morto o seu rei, por isso Ivan estava constantemente em guerra com as nações do norte.
     Mas o grande sonho deste imperador era, desde há muito, invadir Neuschwanstein, pois assim possuiria o maior império do continente e controlaria o negócio do vinho doce, lucrando com isso, tornando-se assim no mais poderoso imperador do continente.        
    Uma breve descrição de Ivan, o Terrível: homem alto, de longa barba negra, trajava sempre o manto imperial e a coroa na cabeça.
   Ivan tentara já um sem número de vezes invadir o reino de Neuschwanstein, sem sucesso, uma vez que as fronteiras do império estavam muito bem defendidas.
   Era no armamento e defesa das fronteiras do império, que Schmidtz empreendia os lucros do negócio do vinho doce.
   O império de Ivan produzia um vinho amargo, de que ninguém gostava, muito menos comprava, por isso o imperador mandou fechar as fontes de onde este saía.
   Ivan mandava de vez em quando campanhas militares a Neuschwanstein, sem sucesso. Há meses que não enviava uma…
   Desta vez, Ivan estava a preparar algo em grande…durante meses reunira homens e animais destinados a invadir o império de Schmidtz, onde ninguém suspeitava de tais acontecimentos.
   Um dia bem cedo, Neuschwanstein acorda em grande alvoroço…tinha sido invadido pelo exército de Ivan! Para além do negócio do vinho, Ivan sentia uma paixão por Ariel, a sobrinha de Schmidtz, ela era outro dos interesses deste no império, pois pretendia casar com ela.
   Ivan tinha juntado um exército gigantesco composto por mais de dez mil homens! Cruzou as criaturas mais fortes e horrendas da Terra, criando verdadeiros monstros que o acompanharam na guerra.
   A tal ameaça, foi difícil manter a defesa de Neuschwanstein…Houve guerra durante dois anos.
   Em batalha, Ivan seguia sempre à frente montado numa carruagem puxada por um escaravelho gigante, seguido pela infantaria e depois pelos monstros.
   Durante esses dois longos anos de guerra, o império foi também arrasado por temporais, destruindo-o completamente. Esses temporais arrasaram os campos de túlipas do norte, e os campos de girassóis-gigantes e ficando o império sem as sementes destes, muitos animais morreram também.
   Ivan chacinou milhares de habitantes, aprisionou Ariel e exilou Schmidtz, uniu as Terras Baixas a Neuschwanstein, criando o novo império de Rebenbetz e autointitulando-se imperador deste.
   Ivan, o Terrível, casou com Ariel, tendo tido ela cinco filhos: Haizten, o primogénito, seguiram-se a este quatro raparigas: Ellen, Nischua, Divzty, Cryzza.
   O imperador reinou durante trinta anos e, durante esse tempo aumentou o castelo, agora de Rainenbetzen, abriu canais de vinho doce, explorou o solo e criou novas povoações. Tudo isto foi conseguido à custa do povo Kirrin, que escravizou.
   Com o passar do tempo, as 7 Terras deixaram de comprar o vinho doce e Ivan viu-se obrigado a ceder algumas terras, em troca de ouro.
   Ivan tinha escravizado o povo de Schmidtz, os que não haviam morrido claro!
   O imperador tinha agora setenta anos, quando um dia um mensageiro enviado do castelo de Kirrin (na antiga terra do povo Kirrin), onde Schmidtz tinha sido exilado, chegou com uma carta falando da morte deste. Ariel chorou durante dias e dias até que morreu. 
   Haizten, já com vinte e três anos, vendo toda aquela dor da mãe, revoltou-se e ficou a saber de toda a história…Perguntou ao pai se era verdade e este confirmou-lhe…O pai que Haizten sempre tivera como referência, exemplo, era agora o assassino de um povo.
   Haizten fugiu do império e durante oito anos não se soubera nada dele.
   Entretanto em Rebenbetz, Ellen tinha-se juntado aos ideais do pai, apoiando-o. Numa noite Ellen caiu num poço de água de abóbora mágica e transformou-se…num elfo cruel e impiedoso…
   Assim que souberam do terrível acontecimento, as outras três irmãs, Nishua, Divzty e Cryzza enviaram um mensageiro à procura do irmão Haizten, com a informação do que tinha sucedido. Isto sem o pai saber, pois quando Haizten fugiu, Ivan tinha-os proibido de lhe falarem ou de terem qualquer tipo de contato com ele.
   Passou um mês, e as três irmãs nada tinham descoberto acerca do paradeiro do irmão, até que um dia chegou ao palácio a notícia de que tinha sido encontrado um mensageiro morto na estrada velha…Tinha sido Ellen que tinha descoberto o que as três irmãs haviam feito e ela própria tinha morto o mensageiro, uma vez que agora tinha garras e asas.
   Ellen era revoltada contra o que lhe tinha acontecido, achava-se um monstro, por isso tinha-se tornado cruel. Ellen quis governar Rebenbetz e, quando o pai adoeceu, esta autoproclamou-se (tal como o pai tinha feito anos antes), imperatriz de Rebenbetz.

   Meses mais tarde, Ivan melhorou e continuou a governar Rebenbetz, agora com a filha Ellen ao lado. 
    Entretanto as três irmãs haviam fugido, à procura do irmão.
   Haizten vivera durante esse tempo nos campos de Bittzen-Borggue, longe do império de seu pai. Tinha-se aí instalado e juntado uma pequena comunidade de homens, águias e lobos, que depressa se tornou num exército de seis mil criaturas, a que haviam chamado uma rebelião.
   A rebelião espalhou o terror pelas fronteiras de Rebenbetz, atacando povoações e destruindo-as…Estes ataques foram acontecendo ao longo de três meses…
   Quando tal informação chegou aos ouvidos de Ellen por uma comunidade de aldeões habitante da fronteira do império, nem queiram saber!...
   - Porque razão é que não me avisaram logo, se isto acontece já há meses meus borra-botas?! – gritava Ellen furiosa.
   - Vossa alteza imperial… pensávamos que eram apenas comuns inimigos e que o exército já estava a tratar disso… - disse um dos aldeões.
  - Saiam! – gritou Ellen.
   Nessa tarde o conselho imperial, reuniu de emergência com os imperadores, em Rebenbetz:
   - Convoquei-vos aqui hoje, pois, como já devem saber, há uma rebelião chefiada por meu irmão Haizten que assola as fronteiras do império, temos de tomar medidas contra isso… dizia Ellen.
   Ao fim de umas conversações, instalou-se a confusão e os conselheiros começaram todos a discutir uns com os outros, numa profunda barulheira… Ellen fitava-os com impaciência até que se levantou do cadeirão onde estava sentada e gritou:
   - Basta! – a sua voz ecoou pela grande sala do conselho, toda feita em pedra-bottz e com grandes candeeiros que pendiam do teto, que entretanto abanavam com a vibração que se espalhara pelas paredes devido ao grito da imperatriz.
Esta continuou:
   - Amanhã convocar-se-á o conselheiro imperial da arte e da guerra. Haverá guerra!- exclamou.
   - Concordo. – disse calmamente Ivan, que deixava já que a filha tomasse as decisões por ele, pois já estava velho e cansado. Ellen continuou:
   - Portanto amanhã quero-vos a todos aqui presentes antes do pôr do sol! – ordenou.
   - Retirem-se.
   Todos os conselheiros se levantaram, mas Ivan permaneceu na sala com Ellen e, quando esta se ia a levantar para se ir embora o imperador perguntou-lhe:
   - Estais certa da decisão que ides tomar? - murmurou, questionando com voz trémula.
   - Sim, claro pai… - respondeu-lhe Ellen. Depois saíram.
   Haizten de nada desconfiava. Uma noite chegaram-lhe a casa as suas três irmãs, depois de muito o terem procurado. Houve abraços, beijos e palavras carinhosas.
De seguida, jantaram e conversaram.
   Haizten disse-lhes que estava decidido a invadir Rebenbetz com o seu exército e alguns descendentes do povo Kirrin, ainda escravizado no império. As irmãs não estavam certas de tal decisão, pois sabiam quão má se tinha tornado a sua irmã Ellen. Haizten não tinha medo, a decisão estava tomada.
   Meses depois em Rebenbetz, o exército imperial estava pronto a partir em busca da Rebelião, mas foi surpreendido…
   Numa gélida manhã, sentiu-se a terra tremer. Ellen abrira a janela do seu quarto e vira a causa desse suposto “sismo”. A Rebelião tinha invadido o império com gigantescos dragões-morgann, que ao andarem faziam o solo tremer. Ficou pasmada ao ver tal cena e que, ainda por cima, quem estava a controlar os dragões eram as suas irmãs, Nishua, Divzty e Cryzza, que iam montadas neles. Os dragões esmagavam e pulverizavam tudo por onde passavam, com o seu fogo ardente.
   Passada uma semana de intensa guerra, Ellen, rendera o seu exército, mas não se rendera. Já não se sentia com força para continuar, o imperador Ivan suicidara-se, atirando-se da torre mais alta do castelo…
   Ellen fugira, mas dias depois foi encontrada num pântano, com uma das suas asas negras arrancadas, junto a ela estava um cavaleiro imperial, morto, de espada na mão. Os quatro irmãos supuseram que os dois tinham travado uma cruel luta.
   Assim, Haizten foi coroado imperador pelas suas irmãs, recuperaram o reino, o povo Kirrin foi liberto e expulsaram o antigo exército imperial.
    Começou uma nova era para Neuschwanstein…                                                                                                   

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